A aplicação da primeira dose da vacina contra o coronavírus (Sars-CoV-2) está paralisada nas principais cidades goianas por falta do produto. Goiânia, Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Anápolis já anunciaram a interrupção da campanha de imunização até que cheguem novas remessas do Ministério da Saúde e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems) aponta que a situação deve se repetir no interior. Segunda dose continua sendo aplicada e, em Goiânia, chegará aos idosos com 75 anos (veja quadro).
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, diz que, apesar de o ministério ter se comprometido a enviar semanalmente o imunizante para os Estados, não é possível dizer quantas e nem a data exata em que novas doses chegaram a Goiás. “Recebemos um documento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) onde o próprio Butantan (que fabrica a Coronavac) dizia que não tinha garantia sobre a entrega das remessas de abril”, explica Flúvia.
A incerteza ocorre pela dificuldade dos laboratórios, tanto o Butantan quanto a FioCruz, para comprar na China a matéria-prima dos imunizantes. Nesse cenário, a finalização da vacinação dos idosos prospectada por Flúvia para o final da primeira quinzena deste mês fica comprometida.
Segunda dose
A interrupção da primeira dose ocorreu mesmo depois de o Estado ter recebido a 11ª remessa de vacina, com 266,8 mil doses, na última sexta-feira (2), quando os estoques dos municípios estavam no fim. A explicação é que as doses que chegaram são todas destinadas para a aplicação do reforço, que segue ocorrendo normalmente em todos os municípios goianos, seguindo o calendário de vacinação.
A assessoria de imprensa do Cosems explicou que se um lote inteiro foi destinado a determinado público, os municípios não conseguem ter doses para garantir a ampliação da vacinação e, dessa forma, a paralisação é inevitável. Flúvia esclarece que essas doses são suficientes para garantir o reforço de todas as pessoas que tomaram a primeira dose de vacinas que vieram até a nona remessa enviada pelo Ministério da Saúde para o Estado.
Sendo assim, 94 mil idosos que receberam a Coronavac ao longo da semana passada ainda não têm a segunda dose garantida. Para que a eficácia da Coronavac seja garantida, a segunda dose deve ser tomada, idealmente, 28 dias depois da primeira.
“Ainda temos praticamente três semanas para fazer a aplicação da segunda dose nessas pessoas. De qualquer maneira, é preciso deixar claro que quem decide quantas doses serão para a primeira ou para segunda aplicação é o próprio Ministério da Saúde”, esclarece a superintendente.
Mesmo com a definição nas mãos do ministério, Flúvia Amorim conta que, por conta deste cenário, existe uma boa possibilidade de que as próximas remessas sejam para ampliar a faixa etária que ainda deve tomar a primeira dose.
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